Image by FlamingText.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dark Funeral


Dark Funeral é uma das bandas mais destruidoras e satânicas do mundo. Seu som é incrivelmente rápido e violento, muito perturbador para quem não está acostumado a ouvir som pesado. As letras mostram que o Dark Funeral, ao contrário de outras bandas de black metal que escrevem contra o cristianismo ou então falam das culturas nórdicas, venera piamente as forças do mal... cada álbum é como se fosse uma missa em nome dos demônios! Músicas como "Ravenna Strigoi Mortii", "Enriched By Evi"; Satan's Mayhem" e a nova e também destruidora "Hail Murder" mostram toda a religiosidade que a banda prega!

Em 1993 foi quando tudo começou, Lord Ahriman e Blackmoon (David Parland), fundaram a banda Dark Funeral, na Suécia, mais à diante eles se juntariam à Draugen e Themgoroth. Em 1994 a banda grava um mini-cd que sai no dia 4 de maio, o disco é auto intitulado gravado pelo Swanö´s Uni-Sound studio, Draugen (baterista) deixa a banda e é substituído por Equimanthorn. Eles assinam um contrato com a No Fashion Records e começam a trabalhar músicas para um próximo disco Em 1995 depois de uma tentativa miserável de lançar o disco The Secrets Of The Black Arts, a banda muda para o Abyss Studio e regrava o disco inteiro. Entre as gravações a banda acrescenta mais uma música chamada "When Angels Forever Die". Ai a banda atinge a produção que eles queriam finalmente. Logo após, o Dark Funeral tocou no festival Under The Black Sun I in Berlin.
Algumas semanas antes havia sido somado à banda o vocalista Magus Caligula. A banda também consegue assim lançar o seu primeiro vídeo para "The Secrets Of The Black Arts", sendo bem recebido pelo público e espalhado pelo mundo através dos canais de música existentes. Em 28 de janeiro de 1996 o disco "The Secrets Of The Black Arts" é licenciado e lançado pela Metal Blade na América do Norte e a Mystic Production (Polônia). Novamente Há problemas na formação do grupo sendo que saem da banda Themgoroth , Equimanthorn e Blackmoon, entrando assim Alzazmon (bateria), Typhos (guitarra) e Magus Caligula (Masse Broberg, vocalista original do Hypocrisy) assume o baixo e o vocal.

Sendo assim o Dark Funeral é levado a um nível de agressividade e intensidade ainda não experimentado. Junto com o Necromass a banda fez uma turnê chamada the Satanic War Tour ao longo da Europa. Também em 1996 a banda participou do tributo ao Bathory, In Conspiracy With Satan, com "Call From The Grave" e "Equimanthorn". Em 1997, o Dark Funeral continua sua tour com Ancient e Bal Sagoth. no mesmo ano o Dark Funeral vai para a América do Norte e toca na Expo Of The Extreme festival em Chicago. Depois de totalmente profanar a audiência americana, que viu um espetáculo totalmente Black, com cabeças de porcos empaladas em cruzes de cabeça para baixo emparelhadas,os músicos profanos encharcados em sangue de porcos. De lá a banda embarcou na "The American Satanic Crusade Tour" com a banda Usurper.
Originalmente era suposto que a tour teria as bandas Acheron e Destroyer 666, mas por alguns problemas elas ficaram de fora. Em setembro a banda retorna ao estúdio para gravar o disco "Vobiscum Satanas", um disco poderoso que coloca o Dark Funeral em uma posição privilegiada no Black Metal Sueco atual, juntamente com o Marduk. O disco acabou saindo em 98 no começo do ano. Dando continuidade à sua história em 1998, o Dark Funeral sai em Turnê na The Ineffable Kings Of Darkness Tour com o Enthroned e o Liar Of Golgotha, entrando Dominion como baixista. A banda acaba participando do festival Hultsfreds da Suécia. Depois do festival saem da banda Dominion e Thyphos, Caligula volta a assumir o vocal e o baixo juntamente. A banda excurciona mais uma vez na "Bleed For Satan" tour, com o Cannibal Corpse e o Infernal Majesty. Alzazmon (baterista) deixa a banda entrando em seu lugar Gaahnfaust .

Em 1999 o Dark Funeral retorna à estrada com a mini-tour "Black Plague Across The West", fazendo shows pelo México e novamente nos Estados Unidos da América, tocando na Califórnia. Logo voltaram para a Europa e fizeram a tour mais próspera e mais longa de todas que eles fizeram, a "The Satanic Inquisition tour" em conjunto com o Dimmu Borgin. No ano de 2000 com Tommy Tägtgren o Dark Funeral produziu o EP "Teach The Children To Worship Satan"(ensine as crianças á adorar Satanás) com uma nova música "An Apprentice Of Satan" e covers de bandas como King Diamond, Slayer,Sodom e Mayhem. O disco conta também com um vídeo ao vivo para "An Apprentice Of Satan". Assim O Dark Funeral se une ao Deicide, ao Cannibal Corpse e o Immortal para o No Mercy festivals. Com a saída de Gaahnfaust, une-se à banda Matte Modin (Defleshed) dando muito mais velocidade à banda sendo estreado no With Full Force festival. Também é acrescentado ao seu currículo a participação no Wacken Open Air, e se acaba a Canadian/American tour.
Dominon e Caligula trabalham em um projeto paralelo chamado Dominon Caligula, emquanto Lord Ahriman se envolve em planos com os músicos do Acheron, Incantation e The Electric Hellfire Club para formar a Wolfen Society. Devido a demanda popular para o primeiro EP, o Dark Funeral relança-o com uma arte nova. Em Janeiro de 2001 a banda entra em estúdio para gravar o disco "Diabolis Interium" que se traduz em um marco para a carreira da banda.Com a produçãode Peter Tägtgren e Lars Szöke. Sendo assim Sai ao público de black metal uma obra prima que se tornara uma pesada influência ao futuro do estilo. São destaques do disco ´The Arrival Of Satan´s Empire´,´Armageddon Finally Comes´,´An Apprentice Of Satan´(já conhecida do EP anterior, foi refeita para este disco) e muito mais. "Diabolis Interium" é um absoluto salto para todo black metal.

sábado, 28 de agosto de 2010

Soulfly


A história do Soulfly confunde-se com a história de Max Cavalera, líder, vocalista e guitarrista da banda. Max foi líder da banda Sepultura, a banda brasileira com maior reconhecimento internacional, durante 15 anos, juntamente com seu irmão Igor Cavalera e os amigos Paulo e Andreas. O Sepultura conquistou fama e respeito internacional fazendo um metal da melhor qualidade.
Com o álbum "Roots", em 96, o Sepultura já demonstrava alguns traços de metal moderno, com guitarras mais graves, produção de Ross Robinson e participação de membros do Korn, DJ Lethal (Limp Bizkit) e Mike Patton(Faith No More e Mr. Bungle).
Em 96 mesmo começa a criação do Soulfly, após a saída turbulenta de Max do Sepultura. Max rapidamente começa a montar uma nova banda, apesar de estar passando pelo pior momento de sua vida, principalmente pela briga com seu irmão e amigos de banda e o assassinato de seu enteado Dana Wells.

Esses fatores influênciaram, definitivamente, no som e na postura do Soulfly. A primeira pessoa procurada por Max foi o baterista Roy Mayorga, em 97. Roy tocava na banda Thorn em NY. O próximo foi Marcelo que já era velho conhecido de Max, pois foi Roadie do Sepultura por vários anos. Faltava agora um guitarrista, então Max convidou Lúcio Maia, guitarrista do Chico Science & Nação Zumbi (que adotou o nome artístico de Jackson Bandeira). Lúcio participou do Soulfly durante a gravação do primeiro álbum da banda e logo voltou para tocar seu projeto com o Nação Zumbi que já não contava mais com Chico Science, morto em um acidente automobilístico.
No dia 21/4/98 é lançado "Soulfly", o primeiro álbum. O CD conta com várias participações como: Burton C. Bell, Dino Cazares e Christian Olde Wolbers do Fear Factory, Fred Durst e DJ Lethal do Limp Bizkit, Chino do Defdtones, Benji do Dub War, Eric Bobo do Cypress Hill e Jorge Du Peixe e Gilmar Bola Oito do Nação Zumbi.
O Soulfly atinge altos níveis de brutalidade com conotações extremamente pessoais para Max, abordando temas como a briga com seu irmão Igor e a indignação com a morte de Dana, principalmente. Os tambores do C.S.N.Z. com os vocais de Max constituem a personalidade da banda.

Max sobre o álbum: "Eu acredito que esse álbum foi planejado durante uma tragédia. É meio estranho mas é verdade. Esse álbum teve um preço e, infelizmente, foi um preço muito alto: perder um grande amigo e se separar de pessoas com quem você tocava à 15 anos. Se o Dana não divesse morrido e eu continuasse no Sepultura esse álbum seriam completamente diferente. Então eu acho que as pessoas vão escutar e entender o quanto esse álbum é intenso e pessoal."
A banda grava o vídeo de "Bleed" com participação de Fred Durst e saí em diversas turnê incluindo a Ozzfest. Logan Mader, guitarrista do Machine Head, abandona a banda, e vai tocar no Soulfly, mas não dura muito tempo e larga o Soulfly para montar sua própria banda. Logo entra Mikey Doling, da banda Snot, do falecido Lynn Strait, em seu lugar. Durante a turnê com Hatebreed e Neurosis, em 99, Roy saí da banda e Joe Nunez é contratado como novo baterista.
Em 2001 sai "Primitive", segundo álbum da banda. Assim como o primeiro, "Primitive" vem recheado de participações especiais como: Tom Araya do Slayer, Will Haven, Chino do Deftones, Corey Taylor do Slipknot, Sean Lennon entre outros.
Em 2002 Roy retorna ao Soulfly para a gravação do novo álbum entitulado "III".

Kamelot


Para todos os efeitos, os Estados Unidos não são considerados um bom mercado metal, e o público metaller já sabe disso há muito tempo. Pior ainda quando as linhas convergem para um certo estado chamado Flórida. Entretanto, por incrível que pareça, nem tudo são espinhos por lá. Bandas como Savatage e Iced Earth
erguem aos céus a bandeira metal com orgulho. Só que uma outra vem se destacando imensamente. O nome? Kamelot.
Não há como negar que o nome induz qualquer um a imaginar as famosas cenas medievais de lutas e castelos e – é claro – o glorioso Rei Arthur e os não menosimportantes Cavaleiros da Távola Redonda. Bem, é por aí mesmo que a banda trilha sua história (e suas composições).
Em 1991, um certo Thom Youngblood resolve se juntar a um tal de Richard Warner e formar uma banda. O então jovem guitarman Thom procura quem se interesse pelo mesmo estilo idealizado por ele e Richard, até que encontram Mark Vanderbilt para os vocais, David Pavlicko aos teclados e finalmente Glen Barry ao baixo.

Com a line-up formada, Thom, que já tinha um bom material composto com o baterista Richard, reúne a banda e entra em estúdio para, em Agosto de 1995, lançar seu primeiro disco, intitulado "Eternity". A crítica gosta e uma pequena turnê se segue ao lançamento do álbum. A seguir, novamente período de composições e gravações, e em 1996 saía "Dominion", que era superior ao "Eternity" tanto em questão de composições quanto no conteúdo lírico. O novo petardo uniria o bom e velho metal clássico a seqüências mais trabalhadas de música clássica e até jazz. A superioridade e crescente maturidade da banda eram latentes.
Após o lançamento de "Dominion", o grupo se preparava para uma tour bem mais abrangente, quando infelizmente um fato bastante desconcertante se fez realidade: o baterista Richard Warner teria que trilhar caminhos diferentes do resto da banda. Quando já parecia tudo muito ruim, o vocalista Mark também teve que deixar seus companheiros... o que fazer?!
Ao mesmo tempo em que o fim parecia se aproximar do Kamelot, as coisas estavam indo bem ruins com a já consagrada banda Conception, que caminhava bem mais rápido para um fim. Como era de se esperar, então, após a usual maré de boatos que povoam o mundo metal, o grupo acabou. Thom, então, aproveitando a deixa, resolve entrar em contato com Roy Khan, que era vocalista do Conception, e marcam de fazer uma audição. Depois, com uma pequena procura, consegue achar um baterista chamado Casey Grillo.

Ao mesmo tempo em que o fim parecia se aproximar do Kamelot, as coisas estavam indo bem ruins com a já consagrada banda Conception, que caminhava bem mais rápido para um fim. Como era de se esperar, então, após a usual maré de boatos que povoam o mundo metal, o grupo acabou. Thom, então, aproveitando a deixa, resolve entrar em contato com Roy Khan, que era vocalista do Conception, e marcam de fazer uma audição. Depois, com uma pequena procura, consegue achar um baterista chamado Casey Grillo.
Como as coisas foram ótimas nas audições, a formação fica estabelecida novamente com: Thom Youngblood (guit), Roy Khan (voz), Glenn Barry (baixo), David Pavlicko (teclados) e Casey Grillo (bat).
É sabido que a mudança de um vocalista sempre causa muito impacto (o Iron Maiden e o Helloween que o digam!), então toda a banda estava apreensiva pela nova mudança. Mesmo assim, a superioridade e maturidade que marcaram a banda em seu disco precedente já deixavam o fã ansiar pelo excelente trabalho que viria.
Apesar de terem se passado dois anos para que o novo disco saísse, valeu a pena esperar o tempo para mostrar ao mundo seu novo trabalho, gloriosamente intitulado "Siége Perilous". "Olha, acho que a suprema maioria dos fãs aceitaram muito bem o Roy como a nova voz do grupo", diz Youngblood. "A maioria já ouvia Conception, então já sabiam de suas qualidades como vocalista. É muito complicado quando um grupo muda seu frontman, pois isso afeta muito a música do conjunto. Foi o que aconteceu com o Fates Warning e com o Iron Maiden. No entanto, quando se administra bem o problema, não há maiores conseqüências", explica.
Mas e quanto à performance de Roy? "Bem, o estilo que Roy desenvolvia no Conception era diferente, mas, se você ouvir nossos discos anteriores e o "Siége Perilous", vai ver que ele se encaixou perfeitamente na banda", diz Thom, convicto. "Não queríamos substituir Mark [Vanderbilt, antigo vocal] com um cara que soasse exatamente igual a ele, porém não queríamos alguém que desfigurasse completamente o Kamelot". Bem, isso quer dizer que vocês chegaram onde queriam? "Oh, sim. Khan conseguiu alcançar um meio termo que nos deixou bastante satisfeitos", afirma o guitarrista. E é isso aí. É só dar uma escutada no terceiro álbum de estúdio do grupo que dá pra ver a qualidade. Um metal épico de responsa mesclado a letras incrivelmente inteligentes. A começar pelo título. "Siége Perilous", como explica o próprio Thom Youngblood, "significa ‘assento perigoso’ e vem do próprio conceito medieval de Kamelot, em que a grande távola redonda era cercada de assentos dos assessores do rei que, por sua vez, ficava no assento principal, o trono."
É, sem dúvida, o Kamelot é uma banda que tem muito a mostrar. E os fãs da banda tem muito a ganhar. Depois de "Siége Perilous", resta esperar pelo próximo lançamento da banda que promete ser ainda superior. É torcer os dedos esperar pra ver.

Blind Guardian


Foi em 1984 quando André e eu nos encontramos pela primeira vez em um comercial do colégio em Krefeld/Alemanha. Nós notamos rapidamente que compartilhávamos dos mesmos interesses, como por exemplo
, a nossa paixão pelo Heavy Metal e que nós – ao menos em uma maneira que não é espectacular - tocamos em nossas bandas: Eu tocava rhythmn-guitar em minha banda chamada Executer e André habituado a tocar guitarra na sua. No entanto, a banda de André – nomeada European – agia mais profissionalmente do que a minha, e é por causa disso que você poderia chamá-los da primeira pré-versão do Blind Guardian
. Depois de um tempo eles mudaram o nome de European para Zero Fault. Durante aquele tempo André não estava satisfeito com o frontman de sua banda, porque este cara não estava capacitado de realizar o primeiro vocal, ou em outras palavras: ele não gostou realmente as sua forma de cantar. Durante uma estadia de férias com a classe inteira da escola André aprendeu estimar o meu talento, que tinha visto em meus incríveis gritos e berros. Devido ao fato de que meu sonho e ambição sempre foram me tornar um músico profissional o mais rápido possível, eu não hesitei e finalmente entrei para o Zero Fault. Nós convencemos os outros dois caras da banda – devido ao novo line-up – que seria melhor mudar o nome da banda novamente. Nós chegamos a conclusão que o novo nome deveria ser Lucifer's Heritage. Neste meio tempo adquiri o conhecimento com um aluno de André: Thomen. Infelizmente ele era somente notável para sua falta de talento. Então um dia por coincidência aconteceu e isso foi totalmente inesperado para todos nós: Subitamente Thomen sentou atrás da bateria no porão de ensaios da casa do André e tocou alguns ritmos realmente bons! Nós pensamos que ele acertava potes desde a infância mas nunca mencionou isso. Depois daquela inacreditável sessão, foi sugestão do André Thomen aprender a tocar bateria no lugar de guitarra, e Thomen seguiu seu conselho, mas ele o fez em outra banda. Todavia, o contato com André, que era para Thomen algo como um padrinho, nunca acabou: Enquanto André gastava um tempo com sua namorada, Thomen esperava por ele na porta de sua casa e toda vez quando eu encontrava André para os ensaios eu via aquele cigarro pagado no chão, e era certeza: Sim, Thomen já estava lá... Que adorável.

Certo dia André contou a Thomen que sua banda tinha um novo frontman que soava similar a Paul Di’Anno. Thomen como grande fã de Di’Anno ficou impressionado e curioso. De alguma forma depois nós perdemos nosso baterista e então Thomen foi nossa primeira escolha para reposição. Com essa formação nós gravamos nossa primeira demo, nomeada “Synphonies Of Doom”. Para esse projeto todos concordaram em guardar 400 DM (moeda alemã da época) – o que era muito dinheiro nos jovens anos oitenta – então nós coletamos dinheiro, colocamos em um pote e então nós poderíamos financiar a gravações por nós mesmos... Se Thomen não tivesse gasto o dinheiro antes da data do estúdio. Agora nós estávamos com os bolsos vazios novamente e tínhamos um grande problema para conseguir novamente os 1.6000 DM para o pagamento. Thomen não era capaz de perguntar a seu pai se poderia lhe fazer um empréstimo devido ao seu pai odiar nossa banda. A razão para esse ódio é que o pai dele pensava que iríamos impedir seu filho de se tornar um telhador, mas Thomen nunca cogitou em abandonar a firma da sua família um dia. Por causa dessas razões ele não podia dar o dinheiro e hoje eu sou capaz de entender sua percepção... Thomen não poderia aplicar o dinheiro, assim ele teve que deixar a banda novamente.
Alguns dias depois nosso crise financeira se tornou mais e mais relaxada: A avó de André foi capaz de nos dar algum dinheiro – e eu consegui um emprego temporário para receber um dinheiro extra – como nós tínhamos o dinheiro que precisávamos, foi decisão da banda convidar Thomen de volta ao nosso grupo. Então nós gravamos nossa demo e as críticas foram muito positivas. Bem, das cinco faixas que gravamos não havia uma música que poderia ser profetizada para se tornar uma de nossas favoritas anos depois. Apenas um número com o título “Helloween” era bom o bastante – com um diferente arranjo e título (“Wizards Crown”) – para encontrar lugar no nosso álbum “Battalions Of Fear”. Depois daquela sessão Thomen deixou a banda novamente – nós não podemos dizer por que hoje... Por razões desconhecidas – e ele foi substituído pelo nosso primeiro baterista, Hans-Peter Frey.

Então no meio de 1986 um tempo realmente criativo começou enquanto que gravávamos nossa segunda demo – influenciada pelo Melodic/Speed/Power-Metal – “Battalions of Fear”. Com “Majesty” – que se tornou depois a abertura do nosso debut – nós manufaturamos a primeira referência aos trabalhos de J.R.R. Tolkien. Nós também tomamos a decisão que nosso segundo guitarrisa Markus Dörk não era mais útil para a banda e procuramos alguém para substituí-lo. Seu substituto, Christof Theissen, soou muito thrash, então sua posisão como membro não durou muito tempo. Repentinamente nós reparamos que meus vocais não eram bons o bastante. Tivemos a idéia de chamar um vocalista para a banda. Muitos caras estranhos bateram na nossa porta e depois disso nós todos ficamos muito convencidos que minha voz seria a melhor se comparada com aqueles candidatos. Desde então minha posição de vocalista nunca mais foi questionada.
Um segundo problema foi encontrar um novo local de ensaio. Daí Marcus e sua banda Reedemer entraram no jogo: Ele tinha tudo o que precisávamos: Um local de ensaio, ele era um cara legal também e a harmonia foi fantástica desde o começo. Nesse tempo Marcus estava com problemas para encontrar um vocalista, então ele hesitou muito, terminou com sua própria banda e se juntou ao Lucifer’s Heritage. Adivinhe quem era o baterista do Reedemer naquela época? Certo, Thomen.
André abriu amplamente as portas para seu velho amigo, que entrou no nosso bote novamente. O que era muito bom e importante, pois o editor-chefe da revista Metal Hammer fundou um novo selo nomeado “No Remorse” e nos ofereceu um contrato diretamente. Nosso problema era que nosso baterista Hans-Peter Frey tinha saído e nós precisávamos de um novo...
O resto é história: Com esta formação nós gravamos nosso debut álbum, “Battalions Of Fear”, mas mudamos o nome da banda durante a gravação porque percebemos que todos que compravam nossas demos nas lojas encontravam na sessão de black metal, o que não era nosso objetivo. A razão para isso era o nosso nome “Lucifer’s Heritage” que não condizia como nosso estilo de música.

Então nós entramos em nosso estúdio e fizemos uma lista com nossos nomes favoritos para sugestão. Por alguns dias nós nomeamos como – devido a uma música do Metallica – Battery, mas nossos amigos mencionarma que não era uma boa idéia. Nós pegamos uma outra sugestão Raging Waters – devido a famosa música do Testament – mas nós escolhemos a minha sugestão...”
A Gravação do próximo álbum foi um grande passo, uma evolução. Dessa vez teriam uma semana a mais para a gravação e ainda contaram com a participação do ilustre Kai Hansen, que havia se interessado muito pelo trabalho da banda. O resultado foi “Follow The Blind”, mais pesado que seu antecessor, sob forte muita influência da banda de thrash metal Testatament. Não foi feita turnê para este álbum, pois André e Marcus estavam fazendo o Serviço Militar, contudo conseguiram fazer algumas apresentações no fim de semana. A média de público aumentará, já era de 300 pessoas em média.
Tem início os anos noventa, e a banda entra novamente em estúdio com o produtor Kalle Trap (mesmo dos álbuns anteriores). Kai Hansen novamente participa do álbum, fazendo duetos memoráveis com Hansi. A capa foi feita por Andreas Marschall, e ficou tão boa que todas as seguintes foram feitas por ele. Então “Tales From The Twilight World” é lançado, e a crítica foi ótima, dessa vez foram feitas três semanas de turnê, na qual a banda tocou pela primeira vez fora de seu país, na Áustria e Hungria. A banda que os acompanhou dessa vez foi o Iced Earth, e como fruto nasceria uma forte amizade entre as bandas.
O último álbum apontou o que seria o estilo próprio da banda, mas foi o álbum seguinte que confirmou e solidificou o mesmo. Estilo que seria copiado por muitas bandas anos depois.

O selo “No Remorse Records” estava falindo e a distribuição dos cds já era feita pela Virgin. Então decidiram mudar de gravadora, assinando com a Virgin, que na época foi a que deu a melhor oferta. Então iniciaram as gravações do novo álbum: “Somewhere Far Beyond”. A participação de Kai Hansen novamente se fez presente, e foi fantástica como sempre. O resultado é um álbum clássico e divisor de águas para a banda. Está presente nesse álbum o maior clássico da banda: “The Bard’s Song (In The Forest)”. Vele ressaltar o sucesso que alcançaram no Japão principalmente após o último lançamento. Dessa forma foram pela primeira vez para fora do continente europeu, realizando dois shows em Tokyo. Esses shows tiveram o maior público da banda até então, mais de quatro mil pessoas. Por isso, foi decidido que ocorreria a gravação do primeiro álbum ao vivo, e foi intitulado “Tokyo Tales”.
Esse foi o último álbum com o produtor Kalle Trapp, que seria trocado por Flemming Rasmussen, pois já não oferecia um trabalho interessante à banda.
Dois anos depois são lançados dois singles, “Bright Eyes” e “A Past And Future Secret”, anunciando um dos álbuns mais aclamados da banda: “Imagiantions From The Other Side”. Se em “Somewhere Far Beyond” o som já era bem particular, com este lançamento os quatro de Krefeld podiam dizer em plenos pulmões que tinham um estilo próprio, e é o melhor desse estilo que apreciamos nas nove músicas desse álbum. Uma prova disso é que geralmente tocam oito músicas dele nos shows, e isso ocorre até os dias de hoje. A turnê envolveu todos os países europeus e muitos foram repetidos, um prova do reconhecimento total do trabalho desses bardos, que tiveram em média três mil pessoas por show. Um fato curioso: Na volta de um show adicional que fizeram no Japão, foram para a Tailândia, onde apenas duas bandas de rock tocaram anteriormente (Metallica e Bom Jovi), logo depois de saírem do avião um comitê de recepção colocou colares em seus pescoços e durante o trajeto do aeroporto até a cidade foram escoltados pela polícia. André Olbrich conta que o ônibus tinha um equipamento de som que os permitiu tocar suas músicas pela rua; sentiram-se como deuses.
Durante os anos seguintes foram feitos vários singles com covers inusitadas e versões alternativas para as músicas dos álbuns anteriores. O ápice deu-se com o lançamento do “The Forgotten Tales”, que trás as covers antes feitas e versões variadas de outras músicas da banda.
Para o próximo álbum uma grande surpresa: Hansi decidiu deixar o baixo e dedicar-se apenas aos vocais. Para substituí-lo foi recrutado Oliver Holzworth (das bandas Sieges Even e Val Paraíso). A posição de baixista ainda continua em aberto, pois Hansi planeja voltar a ela um dia, assim Oliver é considerado um músico convidado apenas.
Em 1998 foi lançado o single “Mirror Mirror”. Ele anunciava o que viria a ser o mais famoso álbum do Blind Guardian. Poucos meses depois o aclamado álbum “Nightfall in Middle-Earth” foi lançado, sendo inteiramente baseado no livro “The Silmarillion” do escritor inglês J. R. R. Tolkien. A Parte musical é extremamente trabalhada, mostrando uma evolução surpreendente desde os últimos lançamentos. E nesta turnê a banda finalmente preencheu as lacunas que ainda restavam no globo: A América. E foi durante essa turnê que passaram pela primeira vez pelo Brasil, sendo muito bem recebidos e ficando impressionados com a empolgação dos fãs.

Participar de grandes festivais tornou-se comum à banda, alguns exemplos são o Wacken, Metal Gods, Metalfest, Bang You Head, entre outros...
Três anos depois surge o single que anteciparia o direcionamento músical tomado pela banda: “And Then There Was Silence”. Esse direcionamento é marcado pela complexidade das canções e pela riqueza detalhes, que flertam com o metal progressivo. Um ano depois, em 2002, o tão esperado álbum foi lançado, com o nome de "A Night At The Opera". Dessa vez o tema da maioria das músicas seria a Guerra no Oriente Médio e a lenda da Guerra de Tróia. Mais clássicos vieram com este álbum: "Punishment Divine", "The Soulforged", "Under The Ice" e a bela, e muito complexa, "And Then There Was Silence", com seus 14 minutos. Nesta turnê foram conseguidos resultados satisfatórios nos Estados Unidos e no Reino Unido, lugares onde bandas de metal alemão geralmente não fazem sucesso. A Média de público nesses locais foi de três mil pessoas.
Um Single foi lançado para a música “The Bard´s Song (In The Forest)”, que ganhou uma nova versão; o single ainda contem três registros ao vivo da mesma e um clip de estúdio.
No mesmo ano da turnê é lançado um novo álbum ao vivo, intitulado “Live”, dessa vez duplo, e com gravações do mundo todo. O sucesso deste foi gigante, provando o quanto a banda é boa sobre o palco.
Neste mesmo ano ocorreu um festival idealizado pela banda (Blind Guardian Open Air), e tal evento foi escolhido como palco para a gravação de um DVD duplo (o primeiro da banda), que foi intitulado “Imaginations Through The Looking Glass”, lançado na metade de 2004.
O Ano de 2005 começa com grandes novidades, pois Hansi anunciou no website oficial da banda que esse ano será lançado um novo álbum de estúdio e também um álbum de músicas orquestradas, um projeto seu com André.

domingo, 15 de agosto de 2010

Kreator


A Europa dos anos 80, e início dos 90, foi berço de muitas bandas pioneiras de death e thrash metal. Depois do Venom, o pai do black metal, e do Hellhammer, surgiu o Kreator
, uma das bandas mais respeitadas de metal das duas últimas décadas. Juntamente com suas contemporâneas Bathory, Destruction e Sodom, se tornou influência de muitas outras que se formaram depois. Emperor, Samel e Rotting Christ são alguns exemplos.
Em meados de 1983 é formado o Tormentor, na cidade de Essen (Alemanha), composto por Mille Petrozza, o guitarrista Tommy Vetterli e o baterista Ventor Reil.
Em 84 o Tormentor lança uma demo chamada "End of the World" com as músicas "Armies Of Hell", "Tormentor", "Cry War" e "Bone Breaker".
No ano seguinte, época conhecida por "German Thrash Explosion", e já com o nome da banda mudado para Kreator, é produzido o primeiro álbum, "Endless Pain".
O disco se torna um marco do thrash metal e o Kreator é considerado uma das mais rápidas e pesadas bandas da época, por isso seu estilo foi também chamado de speed metal. Lançado pela gravadora Noise Records (Running Wild, Halloween, Gamma Ray, Celtic Frost, Voivod, Destruction, Hellhammer e Bathory), o álbum contou com a produção de Horst Muller, que já produziu as bandas Deliverance, Celtic Frost e também o próprio Hellhammer.

Depois dos shows de divulgação, o baixista Rob Fioretti é convidado a entrar para a banda e no ano de 86 é lançado "Pleasure to Kill". Marcado por um som mais cru que o trabalho anterior, saiu novamente pela Noise Records e foi produzido por Harris Johns, que já trabalhou com o Immolation, Sodom, Pestilence,Therion, Voivod e o Helloween.
Jorg Trzebiotowski é então recrutado para a segunda guitarra da banda e ainda em 86 é lançado o EP "Flag of Hate", pela Combat Records, contendo 3 músicas inéditas e mais as faixas "Endless Pain", "Tormentor" e "Total Death" do Endless regravadas. Em 87 é produzido um clip para a música "Toxic Trace" do EP.
No ano seguinte o Kreator lança "Terrible Certainty". Produzido por Roy Rowland, foi considerado um dos mais pesados álbuns dos anos 80.
"Extreme Aggression", sai em 89 pela Epic Records. Gravado em Berlin (Alemanha), contou com uma participação especial de Greg Saenz (mais tarde ele se tornaria baterista do Suicidal Tendencies) fazendo backing vocal. O álbum foi produzido por Randy Burns, que também já produziu bandas como Death, Nuclear Assault, Megadeth e Suicidal Tendencies.
Alguns fãs o encaram como uma fase de maturidade da banda, num álbum onde eles provam serem capazes de fazer boas músicas. As letras continuam depressivas e as músicas ficam mais lentas, revelando um outro lado da banda.
O Kreator entra em tour pela Austrália, Japão, Moscou, Checoslováquia, Argentina, Chile, Brasil e Estados Unidos. Porém a banda tem problemas com sua formação novamente e Jorg Trzebiotowski sai durante a tour, entrando em seu lugar o guitarrista Frank Gosdzik.
No mesmo ano é produzido um clip para a música "Betrayer", seguido dos lançamentos do EP "Out of the Dark, Into the Light" e do vídeo "Extreme Aggression: Tour 1989/'90, Live in East Berlin".

Em 90 sai o álbum "Coma of Souls" pela gravadora Epic Records. O Kreatorsurpreende novamente e o álbum se torna mais um marco do thrash metal. "Coma of Souls" contou com o engenheiro de som Jason Roberts, que já trabalhou com House of Pain e Cypress Hill. A capa é de Andreas Marschall, que já fez os trabalhos das capas de "Dawn of Possession" (91) e "Here in After" (96) do Immolation; "Dangerous Meeting" (92) do King Diamond; "End Complete" (92) do Obituary; e "Pile of Skulls" (92) e "Wild Black Hand Inn" (94) do Running Wild.
No final do ano mais um clip é produzido, agora para a faixa "People Of The Lie".
Dois anos depois, em 92, é lançado o álbum "Renewal", que contou com a produção de Tom Morris, conhecido por já ter trabalhado com o Savatage, Kamelot, Morbid Angel e feito a mixagem do "Beneath the Remains" (89) do Sepultura.
A banda muda muito seu estilo, ficando mais leve, lenta e com vocais menos rasgados. As influências industriais são evidentes e o álbum fica longe das idéias do antigo Kreator, mesmo nas letras. A credibilidade e sinceridade do som do Kreator parecia ter sumido e dado lugar a uma forçada evolução, nada natural. Não para o Kreator, que havia se consagrado como uma das mais autênticas bandas de metal até então. A banda perde assim muitos de seus fãs.
O Kreator é acusado, inclusive, de mudar de estilo radicalmente por causa das baixas vendas da época para o público thrash. Parecia que o thrash e as boas bandas que haviam, tinham entrado em decadência. "Renewal" desapontou os fãs, principalmente porque eles achavam que o Kreator seria uma das únicas bandas do verdadeiro thrash que sobreviveriam à década de 90. Alguns dizem que seis álbuns em sete anos fizeram a criatividade ficar em baixa. O álbum permanece até hoje como o mais controverso da banda.
O Kreator percebe o que está acontecendo e entra numa longa tour européia. Logo depois o baterista Ventor Reil, um dos fundadores, sai da banda. É lançado na seqüência um clip para a música "Renewal".
Três anos após "Renewal", é lançado em agosto de 95 "Cause for Conflict". Voltam peso e velocidade com pouco espaço para experimentos, como os do álbum anterior. Com o novo batera, Joe Cangelossi, o CD é produzido por Vincent Wojno, que já trabalhou com Machine Head, Testament e Pro-Pain. As ilustrações são do percussionista Junior, "especialista" em participações especiais em álbuns de bandas e artistas famosos de vários estilos. Entre eles está o brasileiro Carlinhos Brown, e sua participação no álbum "Alfagamabetizado" (97), onde é um dos timbaleiros. As fotografias do encarte são de Dirk Rudolph, que fez também a capa de "Astral Sleep" (91) do Tiamat; "Night of the Stormrider" (92) do Iced Earth e "Sehnsucht [Slash]" (98) do Rammstein.

Mais tarde, são produzidos clips para as músicas "Lost" e "Isolation" e o vídeo "Hallucinative Comas".
O álbum "Scenarios of Violence" é lançado em 96, ano seguinte. Produzido por Siggi Bemm, que trabalhou também com Samael, Grip Inc., Tiamat, The Gathering,, Rotting Christ e Moonspell, o álbum teve capa idealizada pelo vocal Mille Petrozza e pelo artista Peter Dell, que fez as ilustrações.
Em meados de 97 sai "Outcast", mixado por Ronald Prent (Def Leppard,Queenryche e Rammstein) e novamente com produção de Vincent Wojno. As fotografias dessa vez, são de Harald Hoffmann, que também fez as de "Deeper Kind of Slumber" (97) do Tiamat.
A influência industrial volta e o Kreator perde um pouco da adrenalina. Sente-se uma atmosfera doom que insinua novos caminhos e mudança de estilo da banda. Depois do lançamento, a banda entra rapidamente em tour e são feitos clips para "Leave This World Behind" e "Outcast".
Abril de 99 trouxe muita confiança para alguns fãs da banda e recusa de outros com o álbum "Endorama".
Com elementos progressivos como guitarras sintetizadas e até piano em algumas introduções, ainda há um toque industrial, como distorções no vocal, e teclados com melodias um pouco arrastadas.
As músicas "Endorama" e "Chosen Few" também ganham clips e a banda faz alguns festivais pela Europa.
A coletânea "Voices Of Transgression - A 90s Retrospective" é lançada no mesmo ano pela Gun Records. O álbum trazia 17 faixas dos discos "Cause For Conflict", "Outcast" e "Endorama", e 3 bônus que saíram junto com o lançamento desses discos. Depois desse lançamento, o Kreator entra em tour pela Europa com o Moonspell.
No ano 2000, é lançado o single "Chosen Few" pela gravadora BMG, com as músicas "Endorama" e uma versão de "Children of a Lesser God" que não foi para o álbum, além dos dois clips "Endorama" e "Chosen Few" em Cd-rom.
O Kreator foi uma banda que mudou muito de formação e de estilo ao longo do tempo, por isso enfrentou muitos problemas com os fãs. Porém, o Kreator é considerado uma das mais autênticas bandas de metal. Em tempos em que o black era o esperado da maioria das bandas alemãs, surgiu o Kreator, não apenas como mais uma banda pesada européia, mas com a personalidade que marcou seu lugar na história do metal.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Stone Temple Pilots


No fim dos anos 80, os irmãos Robert e Dean DeLeo se mudaram de New Jersey para San Diego na California. Os dois já haviam tocado juntos em New Jersey, numa banda de covers chamada Tyrus. Robert conheceu o vocalista Scott Weiland durante um show do Black Flag em 1986, quando ficaram amigos e começaram a tocar guitarra e gravar algumas coisas num equipamento de 8 canais. A banda era chamada de Swing, mas nessa época não havia nenhuma pretensão se seguir uma carreira ou se apresentar ao vivo, era apenas diversão. Com a entrada do guitarrista Corey Hicock e logo em seguida do baterista Eric Kretz, a idéia começou a se solidificar e alguns meses depois eles convidaram o irmão mais velho de Robert, Dean DeLeo para substiuir Hicock na guitarra. Quando Dean DeLeo se tornou o novo guitarrista da banda (1990), oficialmente estava formado o Mighty Joe Young, nome tirado de um filme feito em 1949 similar ao King King (esse mesmo filme ganhou uma nova versão nos anos 90 e teve o título em português "O Poderoso Joe").
O Mighty Joe Young tocou seu primeiro show abrindo para a Rollins Band em agosto de 1990 no Whiskey-A-Go-Go em Los Angeles. Eles logo se cansam da cena musical de Los Angeles e retornam a San Diego, onde passam a compor músicas e tocar em bares locais pelos próximos dois anos. Depois de algum tempo, a banda conseguiu conquistar um público fiel na região e gravou sua primeira demo em 1991. Em 1992, um empresário da Atlantic Records foi a um dos shows da banda, e mostrou o interesse da gravadora em assinar um contrato. Inicialmente a banda hesitou em assinar até conversar com o empresário Danny Goldberg, que então administrava a carreira do Nirvana. O contrato foi assinado em 1º de abril de 1992.

A banda estava no estúdio para gravar seu primeiro álbum, quando, para surpresa do grupo, eles receberam uma carta de um octagenário bluesman de Chicago que também usava o nome Mighty Joe Young. Ele havia feito música no início dos anos 70, e tinha sido convidado para integrar um grupo de cantores de blues para fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Era a volta de Mighty Joe Young e ele queria usar seu nome artístico. O pedido de Young era completamente legítimo e a banda sequer contestou. Na verdade, foi quase uma honra para eles, que aproveitaram a oportunidade para mudar de nome, já que Mighty Joe Young soava muito parecido com Ugly Kid Joe, com quem eles não queriam ser confundidos.
Eles decidiram usar um nome que tivesse a sigla STP, inspirado na STP Motor Oil Company, que era um ícone "cool" nos anos 80 (o próprio Scott Weiland tinha um adesivo da STP na sua bicicleta). Eles escolheram vários nomes como Shirley Temple's Pussy, Stinky Toilet Paper, ou ainda Stereo Temple Pirates, antes de optar definitavamente por Stone Temple Pilots.
O álbum demorou muito pouco tempo para ser gravado, pois a banda já tinha a maioria das músicas prontas. Em setembro foi lançado o álbum Core, produzido por Brendam O'Brien, que já havia tralhado com Black Crowes e Red Hot Chili Peppers.
Core começou sua escalada nas paradas logo após seu lançamento. O vídeoclip do primeiro single, Sex Type Thing entrou em rotação inicialmente no programa de metal da MTV americana Headbangers' Ball para depois entrar em alta rotação na programação semanal da emissora. A partir daí, o álbum Core passou mais de um ano nas paradas, atingindo a marca de 3 milhões de cópias nos EUA. A banda recebeu várias premiações: Grammy para melhor performance hard rock por Plush; American Music Awards por melhor artista novo pop/rock e melhor artista heavy metal/hard rock, ambos em 1993; dois Billboard Video Awards e um Billboard Music Award também para Plush; e um MTV Music Video Award por melhor artista novo de 1993; a banda também foi votada melhor artista novo e o vocalista Scott Weiland foi escolhido melhor vocalista pela premiação da revista Rolling Stone escolhida pelos leitores; os leitores da revista Guitar Player escolheram Dean DeLeo melhor novo talento de 1993.

O STP passou praticamente todo o ano de 1993 em turnê, abriu alguns shows do MegaDeth e gravou um acúsitico para a MTV.
Apesar de todo o sucesso, o Stone Temple Pilots passou muito tempo de sua carreira combatendo a percepção de que eles eram um banda de Seattle. O seu álbum de estréia gerou muitas comparações com a cena de rock alternativo do noroeste americano, quando na verdade o Stone Temple Pilots passou toda a sua carreira batalhando em pequenos bares no sul da California. O grupo foi muitas vezes pejorativamente confundido com as histórias de sucesso das bandas de Seattle como Pearl Jam e Alice In Chains, onde é afirmado que o STP teria entrado "de carona" na onda de sucesso do grunge. Na verdade, todas essas bandas fazem parte de uma onda de bandas novas, cujas raízes são a bizarra combinação do poderoso hard rock dos anos 70 e heavy metal dessa época misturada com uma estética punk rock atual.
A partir da explosão do Nirvana, os críticos passaram a condenar o sucesso de bandas que tinham atitude ou sonoridade similar, alegando cópia ou ilegitimidade por esta ou aquela banda ser ou não de Seattle. Acontece que o rock alternativo havia sido por muito tempo uma indústria fechada onde as grandes gravadoras não se aproximavam, e não havia o interesse nem das próprias bandas em atingir um público maior. E, de repente estavam todos comercializando o rock alternativo e todas as bandas da cena, primeiramente de Seattle e depois de outros lugares, foram colocadas no mercado.
Para o Stone Temple Pilots, a situação começou a piorar exatamente quando foi lançado seu segundo single, Plush, que tinha guitarras e vocal que podiam ser facilmente confundidos com Pearl Jam. As discussões sobre o que é mainstream e o que é alternativo e as críticas da imprensa especializada quase acabaram com a banda, conforme admitiu Weiland em uma entrevista em 1995.
Em 1994 o STP lança o seu segundo álbum, Purple, (também produzido por Brendam O'Brien) que voltou a empilhar hits para a banda. Vasoline, Interstate Love Song (que ficou 15 semanas em primeiro lugar na parada de rock da Billboard) e Big Empty, que também entrou para a trilha do filme The Crow são todas de Purple, que chegou ao ao número 1 da Billboard e vendeu três milhões de cópias nos EUA.
A reação da crítica desta vez foi dividida, algumas positivas outras negativas, mas todos os críticos reconheciam a evolução no som da banda. Mas nem tudo são boas notícias, chegam a público rumores sobre o envolvimento do vocalista Scott Weiland com heroína, e a banda é obrigada a cancelar vários shows de sua turnê. Weiland passa um tempo envolvido com problemas legais e clínicas de reabilitação. Em 1995, a banda volta as paradas com uma versão de Dancin' Days para um disco em tributo ao Led Zepplin. Scott Weiland participa de um projeto paralelo chamado The Magnificent Bastards, que grava algumas músicas para a trilha do filme Tank Girls. O Stone Temple Pilots só volta a se reunir em 1996 com o produtor Brendam O'Brien para a gravação de Tiny Music... Songs From The Vatican Gift Shop. Foi o disco mais ousado do STP até então, bastante elaborado musicalmente, misturando vários estilos. O álbum teve relativo sucesso, atingindo 1 milhão de cópias vendidas nos EUA, apesar da impossibilidade de uma melhor divulgação e de fazer shows devido aos problemas do vocalista Scott Weiland.
Diante da impossibilidade de seguir sua carreira, os outros integrantes da banda unem-se ao vocalista David Coutts, que tocava numa banda chamada Ten Inch Man, para formar a banda Talk Show. Nesse ponto, o futuro do Stone Temple Pilots é incerto. O Talk Show lança um álbum, muito mal recebido pela crítica, em 1997 e sai em turnê pelos EUA abrindo os shows do Foo Fighters.
Scott Weiland lança um álbum solo em 1998, mas no mesmo dia do primeiro show de sua turnê solo, Scott é preso por posse de drogas, e tem que passar mais um tempo entre clínicas e tribunais.
No fim de 98, os integrantes da banda resolvem trabalhar juntos novamente. Um novo álbum, intitulado "Nº 4" é finalizado em março de 1999 e tem lançamento previsto para outubro do mesmo ano. Infelizmente, a poucos meses antes do lançamento do álbum, Scott é novamente preso, e desta vez é condenado a um ano de prisão por ter violado sua provação (uma espécie de suspensão condicional da pena por posse e uso de drogas). O álbum é lançado com pouca divulgação e a banda adia para 2000 os planos fazer uma turnê, o que não ocorre desde 1994.
No início de 2000, Scott Weiland deixa a prisão e banda retoma o trabalho de promoção do álbum Nº4 com gravação de videoclips e shows. O Stone Temple Pilots fatura um hit com a música "Sour Girl" e o disco cresce nas paradas atingindo 1 milhão de cópias vendidas nos EUA no fim do ano. A turnê também teve bastante sucesso, com vários shows para públicos grandes no verão americano. Weiland finalmente mostrava sinais concretos de sua recuperação definitiva. Em 2001 a banda começa a gravar o seu quinto álbum, e para isso alugou uma mansão em Malibu, onde o disco foi gravado com a produção de Brendan O'Brien. Em julho é lançado Shangri-La Dee Da, um disco que mistura todos os elementos presentes nos álbuns anteriores.

Após o lançamento de Shangri-La Dee Da, o STP embarcou uma turnê européia em agosto, retornando aos palcos norte-americanos em novembro para participar do festival Family Value, ao lado de bandas como Staind e Linkin' Park. Nesse festival, a banda enfrentou um pouco de dificuldade com o público, onde predominavam fãs do Linkin' Park. Estranhamente, o STP pouco tocava as músicas de seu novo trabalho, uma ou no máximo duas canções novas eram apresentadas a cada show. Ao mesmo tempo, enquanto o primeiro single do novo álbum, "Days of the Week" teve boa aceitação pelo público, nunca houve um segundo single para o disco, que acabou saíndo de cena. A banda optou por lançar "Revolution", cover dos Beatles como single, que teve a renda revertida para instituições de apoio às vítimas dos atentados de 11 de setembro.
Com o final do Family Values em novembro, a banda só se apresentaria mais quatro vezes antes do final de 2001. Uma turnê própria do STP nos EUA só aconteceria em 2003, quando a banda se apresentou em 16 cidades entre abril e maio. Em setembro a banda participou de alguns festivais e em outubro intercalou datas próprias e alguns shows como banda de abertura para oAeroshmith. Ao que tudo indica, foram os últimos shows do Stone Temple Pilots.
Novidades sobre a banda só surgiriam em 2003. Oficialmente, o STP iria dar uma nova parada, enquanto seus integrantes iam anuncioando novos projetos. Em fevereiro, os irmãos DeLeo assumiram a produção do álbum truANT, da banda Alien Ant Farm. Em abril surge a notícia de que Scott Weiland estaria trabalhando em seu segundo álbum solo com o produtor Josh Abraham. O lançamento estaria previsto para agosto pela Atlantic, o que acabou não se confirmando.
Semanas depois, ainda em abril, surge o boato de que Scott Weiland estaria ensaiando com o chamado The Project, banda formada pelos remanescentes do Guns n' Roses (Slash, Duff McKagan e Matt Sorum), que estavam a procura de um vocalista e já haviam feito testes com Sebastian Bach (ex-Skid Row) e Travis Meeks (Days of the New), entre outros.
Em maio foi revelado pelo próprio Weiland (e desmentido pelos porta-vozes dos ex-integrantes do Guns) que ele realmente seria o vocalista da nova banda. Weiland disse ainda que foram gravadas duas músicas para inclusão em trilhas sonoras: "Money", cover do Ping Floyd, para o filme Italian Job e a inédita "Set Me Free", que foi incluída nos créditos finais do filme The Hulk. Nessa época, o nome provisório da nova banda era Reloaded.
Ainda em maio, acontece mais uma reviravolta: Scott Weiland é preso pela polícia de Los Angeles, que encontrou drogas em seu carro. Weiland foi liberado sob fiança, e a primeira audiência foi marcada pela justiça americana para 2 de junho.
A notícia de que Weiland novamente estava envolvido com drogas não surpreendeu aqueles que conviviam com os integrantes do STP, e para os fãs serviu de explicação para algumas notícias estranhas que vinham sendo divulgadas há algum tempo (notadamente as entrevistas que davam conta de um clima tenso durante as gravações de Shangri-La Dee Da e um episódio em novembro de 2001 quando Weiland foi preso em Las Vegas por agressão a sua esposa, que tentou evitar que ele deixasse o quarto do hotel para comprar "medicamentos").
A esta altura, ninguém se arriscava a fazer qualquer prognóstico sobre o futuro do Stone Temple Pilots.
Na primeira audiência, Weiland alega inocência e uma nova data é marcada pelo tribunal. No dia 3 de junho, foi confirmado oficialmente que Weiland é mesmo o vocalista da nova banda, e no dia 6 surge nova notícia de que o nome definitivo do projeto será Velvet Revolver. Em meio a tantas notícias, no dia 12 de junho a Atlantic anuncia o lançamento de um greatest hits da banda para o final do ano.
Depois de praticamente monopolizar os noticiários por semanas, finalmente Weiland/Velvet Revolver/STP deixam as manchetes, surgindo novidades apenas em agosto: Weiland é sentenciado a três anos de probation, ou "suspensão condicional" da pena, onde ele será constantemente monitorado e se reincidir cumprirá pena de um ano.
Em outubro, mais um revés para o vocalista: ele se envolve num acidente de trânsito e é preso sob a alegação de dirigir sob influência de narcóticos (não foi divulgado qual substância). No entanto, a corte não executa a pena, encaminhando Weiland para uma clínica de reabilitação, com uma permissão especial supervisionada para sair quatro horas por dia para gravar com o Velvet Revolter em estúdio. O Velvet Revolver fechou com a RCA para o
lançamento de seu primeiro álbum no primeiro semestre de 2004.
No dia 11 de Novembro é lançada a coletânea "Thank You", com 15 faixas: 13 dos maiores sucessos do Stone Temple Pilots, a inédita "All In The Suit That You Wear" (gravada em 2002) e uma versão acústica para "Plush". O disco foi lançado também em edição limitada acompanhado por um DVD com todos os videoclips da banda e material inédito. Só pelo nome do disco, já era fácil imaginar que já não haveria muito futuro para o Stone Temple Pilots...


E a confirmação demorou apenas cinco dias. No dia 16 de novembro, Robert e Dean DeLeo confirmaram em entrevista para a revista Guitar One que o Stone Temple Pilots havia encerrado as atividades, desejando a Weiland e Eric Krets sucesso em seus futuros projetos.
É o fim de uma grande banda, que não se intimidou com as críticas e tampouco se acomodou com o sucesso de seu primeiro álbum, partindo para uma evolução que calou muitos de seus detratores pelo caminho.
Apesar do fim da STP ter sido apontado como praticamente certo em 1997, dessa vez parece ser realmente irreversível, nunca antes um integrante havia admitido oficialmente.
É de se esperar que o Velvet Revolver traga junto com o sucesso, a motivação para que Scott Weiland supere seus problemas pessoais, enquanto Eric Kretz planeja montar um estúdio. Já os irmãos DeLeo seguem como produtores, tendo trabalhado com o já citado Alien Ant Farm e a banda Monterey, e, recentemente surgem novos boatos: Robert e Dean estariam se juntando aos ex-Black Crowes Chris Robinson (vocal) e Steve Gorman (bateria) para formar uma nova superbanda. Será?

Foo Fighters


A história do Foo Fighters está centralizada na figura de Dave Grohl e começa muito antes da formação da banda, que só foi acontecer depois da finalização do álbum de estréia.
Dave passou a juventude na cena punk de Washington D.C., em 1984 entrou na sua primeira banda, Freak Babies tocando guitarra. A segunda, Mission Impossible, em 1985, pode ser considerada sua primeira banda "séria", onde ele tocava bateria. O Mission Impossible também não durou muito, e deu origem ao Dain Bramage (trocadilho infame para Brain Damage). Logo o Dain Bramage começou a ganhar o respeito na comunidade punk local, a banda assinou com a gravadora independente Fartblossom e chegou a lançar um LP. Pouco tempo depois, Dave soube que o Scream estava precisando de um baterista. O Scream era uma das mais importantes bandas hardcore da região, tendo se formado em 1979/80 e já feito turnês por todo o país e na Europa. Dave conseguiu marcar um ensaio e logo teve que tomar a difícil decisão de abandonar seus amigos de Dain Bramage para tocar com seus ídolos. Já com Dave Grohl em sua formação, em 1987, o Scream lançou seu 4º álbum (No More Censorship) e saiu em extensiva turnê pelos Estados Unidos e na Europa.
Em 1988, nos intervalos de seu trabalho com o Scream, Dave começou a compor algumas músicas, com a ajuda de seu amigo Barrett Jones que tinha um equipamento de gravação em 8 canais, Dave desenvolveu um método próprio de composição, criando primeiro as parte de bateria, depois tentando riffs em cima da bateria já gravada para finalmente acertar as melodias e dinâmicas com baixo e vocal.

Em 1990, ao final de mais uma turnê em Los Angeles, os integrantes do Scream estavam exaustos e na iminência de acabar com a banda, o baixista Skeeter foi o primeiro a tomar a decisão de sair. Buzz Osbourne, vocalista da banda Melvins, de Seattle, havia assistido ao show do Scream em San Francisco e falou que o Nirvana estava precisando de um baterista. Dave telefonou para Chris Novoselic que disse que o Nirvana já havia preenchido a vaga com o baterista Dan Peters (do Mudhoney). Inesperadamente, na mesma noite, Chris telefonou de volta, convidando Dave para ir à Seattle e dizendo que o Nirvana não iria mais trabalhar com Dan Peters porque não queriam o fim do Mudhoney.
Dave Grohl então precisou tomar outra difícil decisão, sair do Scream, para tocar com uns desconhecidos em Seattle. Era o início de sua história no Nirvana, ainda em 1990 quando ele aprendeu todas as músicas do Bleach e a banda começou as gravações de Nevermind, que se estenderam até a metade de 1991. No pouco tempo livre que tinha, Dave seguia trabalhando em suas próprias músicas, sempre que viajava para sua casa, na Virginia (estado vizinho a Washington D.C.) ou em seu tempo livre em Olympia (cidade próxima a Seattle). Assim que Nevermind foi concluído, Dave tira alguns dias em Washington D.C. e grava algumas músicas num estúdio local. A fita foi ouvida por sua amiga Jenny Toomey que tinha um selo independente chamado Simple Machines, que o convenceu a lançar esse material. O cassete foi lançado simplesmente com o nome de Pocketwatch, com Dave mantendo anonimato (segundo ele, o motivo foi porque simplesmente tinha vergonha que o ouvissem cantar).
Com o lançamento de Nevermind e da longa turnê de divulgação, Dave teve muito pouco tempo para trabalhar em suas músicas, mas, sempre que podia, continuava trabalhando junto com Barret Jones que se mudou para Seattle e tinha o seu estúdio caseiro sempre a disposição. Uma dessas músicas, "Marigold", chegou a ser usada como um b-side do Nirvana.
Após a morte de Kurt Cobain, em abril de 1994, Dave ficou completamente desorientado e sem saber o que fazer. Segundo ele, o que o "salvou" foi um cartão recebido pela banda 7 Year Bitch, também de Seattle, que, assim como o Nirvana, havia perdido um integrante recentemente. O cartão dizia "Nós sabemos o que você está passando. A vontade de tocar se foi por agora mas ela vai voltar. Não se preocupe."
Já em 1995, um revigorado Dave resolveu gravar seu material em um estúdio profissional. Alugou um estúdio em Seattle e regravou suas músicas, novamente com Barrett Jones que era a única pessoa que entendia seus métodos de gravação e composição, e com quem Dave se sentia a vontade para cantar. As gravações duraram apenas uma semana e acabariam por dar origem ao primeiro álbum do Foo Fighters ainda naquele ano. Dave tocou, praticamente ao vivo (em uma só tomada), todos os instrumentos com exceção de uma guitarra de X-Static, onde contou com a participação de Greg Dulli do Afghan Wigs.
A intenção de Dave não era de seguir uma carreira solo e sim de montar uma outra banda. Na mesma época, a banda Sunny Day Real Estate, também de Seattle (que já era bem conhecida na cidade e tinha um álbum lançado pela SubPop) acabava de se desintegrar. Dave convida dois ex-integrantes do Sunny Day para formar o Foo Fighters, o baterista William Goldsmith e o baixista Nate Mendel. Ainda faltava um segundo guitarrista, então Dave chamou seu ex-colega de Nirvana, Pat Smear que havia tocado na turnê de In Utero.
O nome Foo Fighters vem dos tempos da segunda guerra mundial quando radares americanos localizaram pontos brilhantes no espaço aéreo francês.
Com o material todo pronto, foi muito fácil para o Foo Fighters lançar seu primeiro álbum, "Foo Fighters" com lançamento em julho de 1995. A banda assinou contrato com a gravadora Capitol e o disco foi lançado em conjunto com o selo Roswell, de propriedade da banda. Seguiram-se uma turnê por pequenos clubes para "esquentar a banda" e finalmente uma grande turnê pelos Estados Unidos, Europa e Ásia até a metade de 1996. O álbum se saiu muito bem, vendendo mais de 1 milhão e meio de cópias e conquistando o prêmio de video do ano da MTV para o clip de 'Big Me'.

A turnê terminou em julho e Dave tirou apenas uma semana de férias antes de compor toda a trilha do filme "Touch" de Paul Schrader, onde novamente ele tocou todos os instrumentos com exceção de algumas participações especiais. No início de outubro a banda já estava reunida novamente para iniciar a pré-produção do segundo disco, no estúdio de 24 canais de Barrett Jones.
Desta vez, o Foo Fighters era uma verdadeira banda no estúdio, com cada um dos integrantes tendo igual importância na composição e arranjos. Em quatro semanas eles compuseram 13 músicas e Dave escreveu todas as letras.
Após a pré-produção, iniciaram as gravações do segundo álbum. A banda chamou o produtor Gil Norton, que já havia trabalhado com os Pixies e a intenção era ter um som um pouco mais trabalhado que não soasse como uma banda de garagem. Dave explica que queria um som bem produzido mas não uma super produção como um Guns'n' Roses. Gil Norton utilizou métodos ultra-perfeccionistas e a banda foi obrigada e repetir 20, 30 vezes o mesmo trecho. Com isso a gravação acabou demorando vários meses. Nesse meio tempo, William Goldsmith anuncia sua saída da banda. Dave acaba fazendo praticamente todas as partes de bateria do álbum.
O álbum The Colour & The Shape foi lançado em maio de 1997, a banda imediatamente recrutou um novo baterista , Taylor Hawkins, que estava tocando na turnê de Alanis Morrisette há 18 meses.

The Colour & The Shape também fez bastante sucesso, com três hits, Monkeywrench (cujo videoclip foi dirigido pelo próprio Dave Grohl), Everlong e My Hero.
Durante o MTV Video Music Awards de 1997, o guitarrista Pat Smear anuncia sua saída da banda. Seu substituto é Franz Stahl, que tocou junto com Dave no Scream. A banda finaliza a turnê de Colour & The Shape no início de 1999 e grava a música "A320" para a trilha sonora do filme Godzilla . Em seguida foi lançada uma versão remix de "Walking After You" produzida por Jarry Harrison na trilha sonora de Arquivo X.
Na metade de 1999 duas importantes notícias; Franz Stahl anuncia sua saída e a banda rompe seu contrato com a Capitol. Logo em seguida iniciam-se as gravações do terceiro álbum na casa de Dave no Estado da Virginia, a produção é da própria banda, com supervisão do produtor/engenheiro Adam Kasper (que produziu entre outros álbums, Down On The Upside do Soundgarden). O clima das gravações foi de total tranquilidade, sem pressões de gravadoras, nem prazo de lançamento. Após o fim das gravações, a banda assina com a gravadora RCA e o álbum There Is Nothing Left To Lose é lançado em novembro de 1999 e recebe boas críticas e boa vendagem. A banda encontra-se atualmente em turnê, e conta com um novo guitarrista, Chris Shiflett, que tocava na banda punk No Use For A Name.
Em 2002, Dave participa das gravações do terceiro disco do Queens of the Stone Age, como baterista. Participa de alguns shows ao lado da banda de Josh Homme e Nick Oliveri, e depois entra em estúdio para gravar o quarto do Foo Fighters. One By One sai no fim do ano, e embalado pelo sucesso do single All My Life, o disco é bem recebido por crítica e público. É um trabalho mais pesado e direto do que o álbum anterior, e nota-se bastante o quanto estar com o QotSA fez bem a Dave.

Thank`s To The Visite

Powered by BannerFans.com