Então no meio de 1986 um tempo realmente criativo começou enquanto que gravávamos nossa segunda demo – influenciada pelo Melodic/Speed/Power-Metal – “Battalions of Fear”. Com “Majesty” – que se tornou depois a abertura do nosso debut – nós manufaturamos a primeira referência aos trabalhos de J.R.R. Tolkien. Nós também tomamos a decisão que nosso segundo guitarrisa Markus Dörk não era mais útil para a banda e procuramos alguém para substituí-lo. Seu substituto, Christof Theissen, soou muito thrash, então sua posisão como membro não durou muito tempo. Repentinamente nós reparamos que meus vocais não eram bons o bastante. Tivemos a idéia de chamar um vocalista para a banda. Muitos caras estranhos bateram na nossa porta e depois disso nós todos ficamos muito convencidos que minha voz seria a melhor se comparada com aqueles candidatos. Desde então minha posição de vocalista nunca mais foi questionada.
Um segundo problema foi encontrar um novo local de ensaio. Daí Marcus e sua banda Reedemer entraram no jogo: Ele tinha tudo o que precisávamos: Um local de ensaio, ele era um cara legal também e a harmonia foi fantástica desde o começo. Nesse tempo Marcus estava com problemas para encontrar um vocalista, então ele hesitou muito, terminou com sua própria banda e se juntou ao Lucifer’s Heritage. Adivinhe quem era o baterista do Reedemer naquela época? Certo, Thomen.
André abriu amplamente as portas para seu velho amigo, que entrou no nosso bote novamente. O que era muito bom e importante, pois o editor-chefe da revista Metal Hammer fundou um novo selo nomeado “No Remorse” e nos ofereceu um contrato diretamente. Nosso problema era que nosso baterista Hans-Peter Frey tinha saído e nós precisávamos de um novo...
O resto é história: Com esta formação nós gravamos nosso debut álbum, “Battalions Of Fear”, mas mudamos o nome da banda durante a gravação porque percebemos que todos que compravam nossas demos nas lojas encontravam na sessão de black metal, o que não era nosso objetivo. A razão para isso era o nosso nome “Lucifer’s Heritage” que não condizia como nosso estilo de música.
Então nós entramos em nosso estúdio e fizemos uma lista com nossos nomes favoritos para sugestão. Por alguns dias nós nomeamos como – devido a uma música do Metallica – Battery, mas nossos amigos mencionarma que não era uma boa idéia. Nós pegamos uma outra sugestão Raging Waters – devido a famosa música do Testament – mas nós escolhemos a minha sugestão...”
A Gravação do próximo álbum foi um grande passo, uma evolução. Dessa vez teriam uma semana a mais para a gravação e ainda contaram com a participação do ilustre Kai Hansen, que havia se interessado muito pelo trabalho da banda. O resultado foi “Follow The Blind”, mais pesado que seu antecessor, sob forte muita influência da banda de thrash metal Testatament. Não foi feita turnê para este álbum, pois André e Marcus estavam fazendo o Serviço Militar, contudo conseguiram fazer algumas apresentações no fim de semana. A média de público aumentará, já era de 300 pessoas em média.
Tem início os anos noventa, e a banda entra novamente em estúdio com o produtor Kalle Trap (mesmo dos álbuns anteriores). Kai Hansen novamente participa do álbum, fazendo duetos memoráveis com Hansi. A capa foi feita por Andreas Marschall, e ficou tão boa que todas as seguintes foram feitas por ele. Então “Tales From The Twilight World” é lançado, e a crítica foi ótima, dessa vez foram feitas três semanas de turnê, na qual a banda tocou pela primeira vez fora de seu país, na Áustria e Hungria. A banda que os acompanhou dessa vez foi o Iced Earth, e como fruto nasceria uma forte amizade entre as bandas.
O último álbum apontou o que seria o estilo próprio da banda, mas foi o álbum seguinte que confirmou e solidificou o mesmo. Estilo que seria copiado por muitas bandas anos depois.
O selo “No Remorse Records” estava falindo e a distribuição dos cds já era feita pela Virgin. Então decidiram mudar de gravadora, assinando com a Virgin, que na época foi a que deu a melhor oferta. Então iniciaram as gravações do novo álbum: “Somewhere Far Beyond”. A participação de Kai Hansen novamente se fez presente, e foi fantástica como sempre. O resultado é um álbum clássico e divisor de águas para a banda. Está presente nesse álbum o maior clássico da banda: “The Bard’s Song (In The Forest)”. Vele ressaltar o sucesso que alcançaram no Japão principalmente após o último lançamento. Dessa forma foram pela primeira vez para fora do continente europeu, realizando dois shows em Tokyo. Esses shows tiveram o maior público da banda até então, mais de quatro mil pessoas. Por isso, foi decidido que ocorreria a gravação do primeiro álbum ao vivo, e foi intitulado “Tokyo Tales”.
Esse foi o último álbum com o produtor Kalle Trapp, que seria trocado por Flemming Rasmussen, pois já não oferecia um trabalho interessante à banda.
Dois anos depois são lançados dois singles, “Bright Eyes” e “A Past And Future Secret”, anunciando um dos álbuns mais aclamados da banda: “Imagiantions From The Other Side”. Se em “Somewhere Far Beyond” o som já era bem particular, com este lançamento os quatro de Krefeld podiam dizer em plenos pulmões que tinham um estilo próprio, e é o melhor desse estilo que apreciamos nas nove músicas desse álbum. Uma prova disso é que geralmente tocam oito músicas dele nos shows, e isso ocorre até os dias de hoje. A turnê envolveu todos os países europeus e muitos foram repetidos, um prova do reconhecimento total do trabalho desses bardos, que tiveram em média três mil pessoas por show. Um fato curioso: Na volta de um show adicional que fizeram no Japão, foram para a Tailândia, onde apenas duas bandas de rock tocaram anteriormente (Metallica e Bom Jovi), logo depois de saírem do avião um comitê de recepção colocou colares em seus pescoços e durante o trajeto do aeroporto até a cidade foram escoltados pela polícia. André Olbrich conta que o ônibus tinha um equipamento de som que os permitiu tocar suas músicas pela rua; sentiram-se como deuses.
Durante os anos seguintes foram feitos vários singles com covers inusitadas e versões alternativas para as músicas dos álbuns anteriores. O ápice deu-se com o lançamento do “The Forgotten Tales”, que trás as covers antes feitas e versões variadas de outras músicas da banda.
Para o próximo álbum uma grande surpresa: Hansi decidiu deixar o baixo e dedicar-se apenas aos vocais. Para substituí-lo foi recrutado Oliver Holzworth (das bandas Sieges Even e Val Paraíso). A posição de baixista ainda continua em aberto, pois Hansi planeja voltar a ela um dia, assim Oliver é considerado um músico convidado apenas.
Em 1998 foi lançado o single “Mirror Mirror”. Ele anunciava o que viria a ser o mais famoso álbum do Blind Guardian. Poucos meses depois o aclamado álbum “Nightfall in Middle-Earth” foi lançado, sendo inteiramente baseado no livro “The Silmarillion” do escritor inglês J. R. R. Tolkien. A Parte musical é extremamente trabalhada, mostrando uma evolução surpreendente desde os últimos lançamentos. E nesta turnê a banda finalmente preencheu as lacunas que ainda restavam no globo: A América. E foi durante essa turnê que passaram pela primeira vez pelo Brasil, sendo muito bem recebidos e ficando impressionados com a empolgação dos fãs.
Participar de grandes festivais tornou-se comum à banda, alguns exemplos são o Wacken, Metal Gods, Metalfest, Bang You Head, entre outros...
Três anos depois surge o single que anteciparia o direcionamento músical tomado pela banda: “And Then There Was Silence”. Esse direcionamento é marcado pela complexidade das canções e pela riqueza detalhes, que flertam com o metal progressivo. Um ano depois, em 2002, o tão esperado álbum foi lançado, com o nome de "A Night At The Opera". Dessa vez o tema da maioria das músicas seria a Guerra no Oriente Médio e a lenda da Guerra de Tróia. Mais clássicos vieram com este álbum: "Punishment Divine", "The Soulforged", "Under The Ice" e a bela, e muito complexa, "And Then There Was Silence", com seus 14 minutos. Nesta turnê foram conseguidos resultados satisfatórios nos Estados Unidos e no Reino Unido, lugares onde bandas de metal alemão geralmente não fazem sucesso. A Média de público nesses locais foi de três mil pessoas.
Um Single foi lançado para a música “The Bard´s Song (In The Forest)”, que ganhou uma nova versão; o single ainda contem três registros ao vivo da mesma e um clip de estúdio.
No mesmo ano da turnê é lançado um novo álbum ao vivo, intitulado “Live”, dessa vez duplo, e com gravações do mundo todo. O sucesso deste foi gigante, provando o quanto a banda é boa sobre o palco.
Neste mesmo ano ocorreu um festival idealizado pela banda (Blind Guardian Open Air), e tal evento foi escolhido como palco para a gravação de um DVD duplo (o primeiro da banda), que foi intitulado “Imaginations Through The Looking Glass”, lançado na metade de 2004.
O Ano de 2005 começa com grandes novidades, pois Hansi anunciou no website oficial da banda que esse ano será lançado um novo álbum de estúdio e também um álbum de músicas orquestradas, um projeto seu com André.
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